segunda-feira, 11 de outubro de 2010

[PB46] Da certeza empírica à confiança estatística: language turn na filosofia da geografia

XIV Encontro Nacional de Filosofia
[04-08 Out. 2010, Águas de Lindóia, Anais, p. 128-129]
COMUNICAÇÃO QUE DESCREVE A FORMA COMO SE DEU A MUDANÇA DE PARADIGMA DISCURSIVO NO PENSAMENTO GEOGRÁFICO. SÃO APRESENTADAS AS CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO CLÁSSICO (ENTRE A ÚLTIMA DÉCADA DO SÉC. 19 E AS CINCO PRIMEIRAS DO SÉC. 20) E OS PONTOS SUBVERTIDOS A CONTAR DOS ANOS SESSENTA - PERÍODO EM QUE A DISCIPLINA RECEBEU A DESIGNAÇÃO DE "PRAGMÁTICA" OU NEOPOSITIVISTA (NEW GEOGRAPHY).
["A bem dizer, a segunda metade do século vinte significou, concomitantemente ao recurso a novas estruturas conceituais, também a reforma do próprio objeto de estudo: abandonaram a (clássica e francesa) 'paysage'; abraçaram a (moderna e anglo-saxônica) 'spatial organization'. Esse segundo ciclo, por sua vez, dirigiu os geógrafos para um abstracionismo instrumental de notáveis préstimos à tomada de decisão." (p. 129)]
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[PB40] Trajetórias que se perdem e que se reencontram: declaração da existência de uma "Nova Nova Geografia"

Espaço & Geografia (Brasília/DF)
[volume 10, número 1, p. 31-80, 2009 - segundo-autor: Archimedes Perez Filho, IG/Unicamp]
ARTIGO SUSTENTANDO A HIPÓTESE QUE O EMPREGO E O POTENCIAL EXPLANATÓRIO CONTIDO NA SÉRIE DE CONCEITOS EMERGENTES OU NEO-SISTÊMICOS, REVELA A RESSURGÊNCIA DO PROJETO "NATURALISTA-ABSTRATO" DA THEORETICAL GEOGRAPHY. POR OUTRO LADO, O CAMPO ABERTO AOS EXPEDIENTES METODOLÓGICOS MODERNOS NÃO GARANTE, NECESSARIAMENTE, UM USO REFLEXIVO DAS LINGUAGENS; TAMPOUCO SIGNIFICA A (TÃO NECESSÁRIA) CONVERGÊNCIA DOS GEÓGRAFOS, EM TORNO DE UM PARADIGMA ESTÁVEL.
["Falta-nos uma descoberta ao estilo estrutura Watson-Crick. Uma nova referência simbólica que faça sedimentar e convergir a comunidade de geógrafos para uma estrutura conceitual que, amplamente consentida, evolua a partir de si e que não seja, pois, 'mais uma' estrutura alternativa a ser acatada por uma tribo e apedrejada por outra." (p. 75 )]
LINK: http://repositorio.unb.br/handle/10482/5918

[PB45] Thierry Brossard, Daniel Joly e a aventurosa representação do espaço à moda bisontina

Geosul (Florianópolis/SC)
[volume 25, número 49, p. 221-251, 2010]
ENTREVISTA COM DOIS PESQUISADORES FRANCESES, DA UNIVERSIDADE DE BESANÇON, FRANÇA. COM SUAS RESPECTIVAS PRODUÇÕES INTELECTUAIS, AMBOS EXEMPLIFICAM A MODERNIZAÇÃO METODOLÓGICA DA GEOGRAFIA FRANCESA - ESPECIALMENTE, NO QUE DIZ RESPEITO ÀS TÉCNICAS DE REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA. SEU RELATO É TAMBÉM UM ESCLARECIMENTO SOBRE O PROCESSO EVOLUTIVO DAS PRÁTICAS CIENTÍFICAS NA GEOGRAFIA FRANCESA.
["(...) se queria, ao mesmo tempo, fazer a cobertura completa do espaço e ainda descrever seu conteúdo. Certamente que, numa primeira etapa, a abordagem tende a ser descritiva; ela requer os tais fichários. Mas, apesar disso, há uma reflexão sobre o significado, em termos funcionais. Logo, trata-se de certa compensação, pois os indicadores estatísticos robustos permitem que tenhamos uma idéia sobre a maneira como, 'por trás dos índices', funcionam os sistemas locais. (...) Mas, evidentemente, nos demos conta de que isso não trazia grande avanço. A própria coleta de informação pode acabar distorcida pela simples fadiga do observador." (BROSSARD apud REIS JÚNIOR, p. 227-228)]
LINK: https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/15518

sábado, 9 de outubro de 2010

Georges Bertrand na UnB

O geógrafo francês Georges Bertrand esteve em Brasília na última semana. Na segunda-feira (04Out.) deu uma conferência no Auditório do Instituto de Ciências Humanas da UnB. Para uma platéia de estudantes de graduação em Geografia, falou sobre a ressurgência da "paisagem" na cena européia, como preocupação de atores políticos. Insistiu, porém, na necessidade de, dada a premência do tema, restaurar (formalmente) também o tratamento epistemológico do conceito. E isso, é claro, passaria por um reenquadramento metodológico da Geografia - notadamente, abrindo o horizonte do praticante na direção de outros domínios científicos e abordagens. Sua proposta resume-se no modelo, ou "sistema tripolar", GTP. Em função da perspectiva arbitrada pelo investigador, um dos ângulos pode pesar mais e condicionar os outros dois. De todo modo, as três frentes têm de ser cumpridas, sob pena dos estudos quedarem demasiadamente enviesados. (A base naturalista, das dinâmicas ecológicas, é contemplada na frente Geossistêmica; a ação sócio-econômica, dos processos políticos, é incorporada pelo ângulo do Território; enquanto que a representação sensível, das leituras culturais, define o aspecto da Paisagem).
Nos dia 05 e 06, Bertrand ministrou um mini-curso aos estudantes da pós-graduação. Na terça-feira, desenvolveu mais detalhadamente historiografia, epistemologia e metodologia dos Geossistemas. Na quarta-feira, deteve-se na frente paisagística, ressaltando o valor da percepção ambiental para a qualificação dos usos regionais do território.
Em saída de campo à cidade goiana de Pirenópolis (entre os dias 07 e 09), visualizando o caso ilustrativo das ocupações humanas da região, intuiu a necessidade dos geógrafos brasileiros engajarem-se em estudos científicos mais integrais - aqueles que , num fito de compreender as lógicas (entrelaçadas de G, T e P) da organização espacial local, jamais deixem de ser dirigidos pelas idéias-motrizes de democracia e cidadania.