quarta-feira, 28 de novembro de 2012

[PB58] A filosofia positivista na história da ciência geográfica: fatos e contrafatos

V Seminário de História e Filosofia da Ciência
[26-29 Nov. 2012, UFABC, Anais, p. 29-33]
COMUNICAÇÃO QUESTIONANDO A SUPOSIÇÃO (CORRENTE EM LITERATURA) DE QUE HAVERIA UMA RELAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA OU SUBJACÊNCIA ENTRE PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS E PRECEITOS FILOSÓFICOS (ISTO É, DE QUE ESTARÍAMOS AUTORIZADOS ENTÃO A FALAR QUE, NO CASO DA GEOGRAFIA, AS ESCOLAS OU CORRENTES SERIAM INOCULADAS POR RESPECTIVOS SISTEMAS DE PENSAMENTO FILOSÓFICO). TOMANDO OS CASOS EMBLEMÁTICOS "GEOGRAFIA CLÁSSICA" E "GEOGRAFIA TEORÉTICA E QUANTITATIVA" (NORMALMENTE ENTENDIDOS COMO DE LINHAGEM POSITIVISTA), SUSTENTAMOS QUE, APESAR DO SEGUNDO CASO TER INCORPORADO DE FORMA RELATIVAMENTE MAIS EVIDENTE AS CLÁUSULAS DO POSITIVISMO LÓGICO, O PRIMEIRO CASO CHEGA A APRESENTAR CARACTERÍSTICAS QUE CONTRARIAM PRECEITOS DO POSITIVISMO - FATO QUE TORNA, PORTANTO, IMPRECISA A "ROTULAÇÃO FILOSÓFICA" DOS ESTILOS DE PENSAMENTO GEOGRÁFICO.
[extrato: "Entretanto, como afirmamos no início, talvez possamos também detectar sinais que insinuariam a tese contrária; de “contra-inoculações”, por assim dizer. Primeiramente porque o estatuto positivista que mitifica a noção de “lei” legitimou a pretensão em, a partir de certo número delas, engendrar teorias específicas – e por estas (definidoras que são de relações entre fenômenos) chegar a fazer predições bem sucedidas. Bem, mas ocorre que essa ambição não foi verificada no período clássico da Geografia; muito pelo contrário. Embora estivesse contida nos discursos a máxima de que, na articulação dos casos regionais, se identificariam certos princípios de regramento, os representantes da Traditional Geography demonstrarão uma inflexível resistência ao raciocínio generalizante (ao esprit de système). Noutras palavras, para o geógrafo clássico interpretar os fenômenos por meio de protótipos teóricos significava omitir as ricas peculiaridades – ou o “caráter único” – das regiões que inventariavam." (p. 31)]
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terça-feira, 20 de novembro de 2012

[PB57] Aspectos históricos e conceituais da biogeografia: problemas de identidade e formação no Brasil

III Encontro Nacional de História do Pensamento Geográfico e I Encontro Nacional de Geografia Histórica
[05-10 Nov. 2012, CCMN-UFRJ, Rio de Janeiro, Anais, 20f. - primeiro autor: Ananda S. Rosa, UnB]
COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS DE UMA PESQUISA DESENVOLVIDA POR ALUNA DE GRADUAÇÃO, A RESPEITO DO STATUS PRECÁRIO DO SUBCAMPO BIOGEOGRÁFICO NA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA. À BASE DE UM EXAME DE CASOS BRASILEIROS (AMOSTRA DE UNIVERSIDADES FEDERAIS), SUSTENTAMOS QUE ESSA FORMAÇÃO, ALÉM DE NÃO POSSUIR UMA IDENTIDADE PROPRIAMENTE "GEOGRÁFICA" (ISTO É, CONTEMPLANDO O TÃO AMBICIONADO PROPÓSITO DE DESVELAR OS NEXOS CAUSAIS OPERANTES NA INTERFACE SOCIEDADE-NATUREZA), NÃO PREVÊ, EM GERAL, UMA INSTRUÇÃO PRÉVIA SOBRE OS SUBSÍDIOS QUE SERIAM NECESSÁRIOS DIANTE DO TIPO DE ABORDAGEM (ESSENCIALMENTE "ECOLÓGICA") QUE A MAIORIA DOS CURSOS PARECE PRIVILEGIAR.
[extrato: "Os Programas de Biogeografia compreendem, de uma maneira geral, o estudo dos conceitos básicos da Ecologia, além de algum tópico consagrado à história de formação da própria disciplina. Porém, a matéria, em geral, não costuma exigir os pré-requisitos que seriam necessários para uma 'compreensão total' desta área do saber. Em vez disso, são exigidos pré-requisitos de uma típica 'formação básica' em Geografia (Climatologia, Geomorfologia). Ecologia, Zoologia e Botânica, desta forma, deveriam ser apresentadas como disciplinas do currículo mínimo em Geografia, a fim de favorecer uma mais eficiente compreensão da proposta epistemológica (essencialmente sistêmica, como se depreende) da Biogeografia. Ademais, os conceitos básicos - bem como a aplicação de técnicas em campo - deveriam ser melhor destrinchados por outras disciplinas, anteriores à Biogeografia, no intuito de propiciar, de fato, a apreensão teórica e a boa desenvoltura técnica nesta área de conhecimento." (p. 12)]
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LINK: http://www.reativarambiental.com/2016/12/biogeografia-aspectos-historicos-e.html

terça-feira, 23 de outubro de 2012

[PB52] História da ciência geográfica: espectro temático e uma versão descritiva

Cadernos de História da Ciência (Instituto Butantan, São Paulo)
[volume 7, número 1, p. 11-33, 2011]
ARTIGO QUE DIVULGA JUNTO À COMUNIDADE DE HISTORIADORES DA CIÊNCIA UMA VERSÃO PANORÂMICA DA EVOLUÇÃO DA GEOGRAFIA. E DADO O QUASE NULO CONHECIMENTO QUE ESTES PESQUISADORES TÊM ACERCA DAS PARTICULARIDADES DOS ESTUDOS HISTORIOGRÁFICOS EMPREENDIDOS EM GEOGRAFIA, O TEXTO PREVÊ TAMBÉM EM SUA INTRODUÇÃO UMA ABORDAGEM SUCINTA SOBRE OS PRINCIPAIS EIXOS TEMÁTICOS QUE O GEÓGRAFO INTERESSADO EM HISTÓRIA DA CIÊNCIA VEM DESENVOLVENDO NAS ÚLTIMAS DÉCADAS.
["O efeito colateral que mais se fez sentir na identidade do campo disciplinar foi, sem dúvida, a gradativa transfiguração curricular dos cursos universitários. Em não poucos casos, Departamentos de Geografia que antes integravam Institutos de Geociências - num âmbito, portanto, de convivência com ciências experimentais e exatas - passaram a ser abrigados em Institutos de Ciências Humanas ou Faculdades de Filosofia e Letras. É claro que isso significava transladar o mesmo estranho 'ornitorrinco' de um lugar para outro: se a vizinhança geológica pudera achar exótico os colegas lidarem, com suposta igual desenvoltura, com o temário sociocultural, à nova vizinhança sociológica não soaria com menor estranheza o novo inquilino ser capaz de trazer ao argumento a lógica de processos atmosféricos. De todo modo, se a disciplina ainda guardaria, na retina do olhar 'de fora', essa embaraçosa identidade dúplice - herdada, como vimos, da Era de Ouro -, na visão do 'lado de dentro', foi-se consolidando uma visão de geografia do discurso ideológico. No Brasil, em especial, a vertente neomarxista foi a que soube se expandir mais eficientemente. E é, por assim dizer, a 'vitoriosa' nos ambientes universitários..." (p. 27-28)]
{ERRATA: leia-se "reducionismo escalar", e não "... escolar" (p. 30)}
LINK#1: https://bibliotecadigital.butantan.gov.br/arquivos/32/PDF/v7n1a01.pdf 
LINK#2: http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/chci/v7n1/v7n1a01.pdf

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

[PB56] Entre o contexto e a linguagem: a evolução do "histórico" e do "filosófico" na ciência geográfica

VIII Encuentro de Filosofía e Historia de la Ciencia del Cono Sur
[16-20 Out. 2012, Universidad de Santiago de Chile, Anais, p. 221-222]
COMUNICAÇÃO EM QUE SUSTENTAMOS QUE MAIS ALÉM DOS ASPECTOS (POTENCIAIS CONDICIONANTES) DE ORDEM HISTÓRICA, HÁ TAMBÉM OS ELEMENTOS A VER COM "PREMISSAS FILOSÓFICAS" (POR SUA VEZ BASTANTE RELACIONADOS COM CERTOS SISTEMAS DE PENSAMENTO) QUE PODEM EXPLICAR, TANTO OU MAIS, O ADVENTO DOS MATIZES TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA GEOGRAFIA. NA MESMA COMUNICAÇÃO É DEFENDIDA A TESE DE QUE A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA PRESSUPÕE A OCORRÊNCIA DE UMA "TRIFURCAÇÃO" (DE "GC" EM "GTQ", "GCR" E "GHP") E DUAS NOTÁVEIS "INFLEXÕES" (DE "GC" PARA "GTQ"; E, DEPOIS, DE "GC", "GTQ" E "GCR" PARA "GHP").
[extrato: "...a trifurcação de que falamos (de GC em GTQ, GCR e GHP) teria se dado por força de um compromisso com a ideia de princípio causal replicável – característica não verificada entre os geógrafos clássicos; bastante refratários aos juízos do tipo determinístico. Já as inflexões teriam sido verificadas, primeiramente, com este compromisso nomotético despertado nos anos sessenta e, depois, com a concessão a uma geografia interessada por aspectos imateriais, tais como o da experiência afetiva com os lugares – destoando, pois, da perspectiva materialista verificada em GC, GTQ e GCR" (p. 221)]
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terça-feira, 11 de setembro de 2012

[PB55] Metáforas naturalistas nas ciências sociais: os casos da economia e da geografia

XIII Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia
[03-06 Set. 2012, USP, São Paulo, Anais, 15f. - segundo-autor: Glória M. Vargas, GEA/UnB]
ENSAIO A PROPÓSITO DA APROXIMAÇÃO METODOLÓGICA (CONCEITUAL E/OU TÉCNICA) COM AS CIÊNCIAS NATURAIS, A PARTIR DOS SÉCULOS XVIII E XIX - MAS COM SINAIS LONGEVOS TAMBÉM NO XX. NESTA COMUNICAÇÃO, SUSTENTAMOS QUE A TRANSPOSIÇÃO DE MODELOS NATURALISTAS PARA AS CIÊNCIAS SOCIAIS OU NÃO FOI DURADOURA (CASO DA GEOGRAFIA), OU NÃO FOI IMPETUOSA (CASO DA ECONOMIA). ADEMAIS, AQUELA APROXIMAÇÃO NÃO É VISTA POR NÓS COMO UM EPISÓDIO REPROVÁVEL; AO CONTRÁRIO, SUGERIMOS QUE O LAMENTÁVEL É QUE ELA NÃO TENHA PREVISTO A INCORPORAÇÃO DE MODELOS NATURALISTA À ÉPOCA JÁ MAIS ARROJADOS E CONTEMPLANDO DINÂMICAS IRREGULARES - PORTANTO, MAIS ADEQUADAS À COMPLEXIDADE DOS PROCESSOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS.
[extrato: "Existem, a nosso juízo, duas explicações possíveis (e, por sinal, não excludentes) para o embaraço em especial do geógrafo, diante dos protótipos teóricos mais abstratos: formação deficiente e difusão de uma geografia social antipositivista. Alimentando-se uma da outra, estas razões vêm a obstaculizar todo empreendimento que anteveja na jurisdição das modernas CN’s boas trilhas a seguir. Neste sentido, constatações revividas ao longo dos anos 1970 – de que, primeiro, as interpretações naturalistas em geopolítica haviam ajudado a tornar a Geografia uma ciência servil a ideologias de dominação, e que, segundo, a New Geography seria um novo golpe da razão capitalista no desígnio de fazer parecerem “naturais” os processos de hierarquização regional e mundial –, terminaram impossibilitando, e mesmo censurando, um contínuo acompanhamento da sofisticação teórica junto às CN’s. Por isso, restou na Geografia a impressão (por fim, equivocada) de que modelos naturalistas seriam todos fatalmente reducionistas e determinísticos – o que, então, tornava proibitivos os ensaios de transposição. Ou seja, o temor do positivismo vendou os olhos do geógrafo para a modernização ocorrida nos protótipos teóricos naturalistas. E apesar das tímidas e pontuais ocorrências de recurso à linguagem sistêmica (verificadas em alguns pesquisadores teorético-quantitativistas mais audaciosos – inclusive brasileiros), os empreendimentos só puderam redundar limitados. Seja pelo pouco fôlego dispensado em contínuos estudos aplicados, seja pela interpretação nem sempre fidedigna das estruturas teóricas" (p. 12-13, grifo nosso)]
LINK: http://www.sbhc.org.br/resources/anais/10/1342384612_ARQUIVO_ReisJr&Vargas_Completo_.pdf
D.O.I.: 10.13140/2.1.5158.4806

[PB54] A nova geografia física bertrandiana (é possível tornar humanístico um fisiógrafo?)

Revista GeoNorte (Manaus)
[volume 3, número 7, p. 34-46, 2012]
VERSÃO TEXTUAL DE CONFERÊNCIA PROFERIDA NO "VII SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO E III IBERO-AMERICANO DE GEOGRAFIA FÍSICA" (MANAUS, 11-16JUN.), EM MESA INTITULADA "EPISTEMOLOGIA EM GEOGRAFIA FÍSICA". TRATA-SE DA DIVULGAÇÃO DO ESTADO ATUAL DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO DE GEORGES BERTRAND, O QUAL NOS PERMITE TRAÇAR UMA GENEALOGIA DO TIPO "GEOSSISTEMA>GTP>SPT" (EM QUE O "SPT", "SYSTÈME PAYSAGER TERRITORIALISÉ" FIGURA COMO, APARENTEMENTE, O MODELO SUCESSOR DA PROPOSTA TRIPOLAR DE 1991). O TEXTO TAMBÉM VEICULA DOIS DOCUMENTOS DE TRADUÇÃO INÉDITA EM LÍNGUA PORTUGUESA: A CARTA QUE ANDRÉ CHOLLEY (1886-1968) ENDEREÇOU A BERTRAND, CRITICANDO O TEOR "SISTEMISTA" DO ARTIGO QUE LOGO SERIA EDITADO (1968); E O CONTO "O VÔO DA POMBA" ("L'ENVOL DE LA COLOMBE"), ESCRITO POR BERTRAND, E QUE, EM TOM METAFÓRICO, FALA DA NECESSIDADE DE UMA PAISAGEM "MAIS PROFUNDA". NO ENCERRAMENTO DO TEXTO, NOTICIAMOS O RECENTE ENCONTRO DE BERTRAND COM ARMAND FRÉMONT - ENCONTRO QUE PODE RESULTAR, PROXIMAMENTE, NUM ARTIGO A QUATRO MÃOS, EMPREENDENDO O QUE, POR FORÇA DAS CIRCUNSTÂNCIAS, NÃO FOI POSSÍVEL NOS ANOS SETENTA: UMA MISCIGENAÇÃO ENTRE "GEOSSISTEMA" E "ESPAÇO VIVIDO".
[extrato: "Mais enciclopédicos, os saberes com os quais o geógrafo biofísico operaria o levariam, agora realmente, àquela 'globalidade' ansiada em 68. Pois que de volta ao cerne de seus argumentos, a paisagem em sua versão mais recente obtivera uma outra espessura, se a compararmos ao paysage clássico. 'Espessura' resultante da supressão de uma camada que se lhe incrustou com o tempo (a da estetização excessiva) e, consequentemente, do realce ou acréscimo de certas três novas camadas: o aproveitamento da Ecologia Científica (que, em outros termos, significa para Bertrand a 'renaturalização' de P); a habilitação a um juízo planificador (que, por sua vez, significa converter P – via ganho de dimensão territorial –, de mera noção, em instrumento propriamente conceitual ... útil, pois, a projetos de intervenção); e a consideração da perspectiva dos imaginários culturais (entendidos como influenciados pela ordem natural configuradora dos lugares e, portanto, relevantes aos projetos políticos de intermediação)." (p. 38)]
LINK: http://www.periodicos.ufam.edu.br/revista-geonorte/article/view/1900

quarta-feira, 13 de junho de 2012

[PB53] História da ciência geográfica: uma versão descritiva e um estudo de caso brasileiro

I Congresso Internacional Geociências na CPLP
[12-19 Mai. 2012, Universidade de Coimbra, Anais, p. 262 - segundo-autor: Mario D. de Araujo Neto, GEA/UnB]
*publicado também, em versão completa, como capítulo do livro Para aprender com a Terra: memórias e notícias de geociências no espaço lusófono [HENRIQUES, M. H. et al. (Coord.). Coimbra: Universidade de Coimbra, 2012. 416p. Livro 2: secção 5. (p. 403-412)]
VERSÃO SINÓPTICA DA EVOLUÇÃO DA DISCIPLINA, ENTRE O CONTEXTO DE SUA INSTITUCIONALIZAÇÃO (SÉC.19) E O ATUAL QUADRO DE PERDA DE CREDIBILIDADE CIENTÍFICA. NA COMUNICAÇÃO, SUSTENTAMOS QUE OS GEÓGRAFOS, A DESPEITO DE DOIS ENSEJOS OPORTUNOS AO APROFUNDAMENTO DO TÔNUS CIENTÍFICO (ISTO É, AS APROXIMAÇÕES VERIFICADAS COM AS CIÊNCIAS NATURAIS NO PERÍODO CLÁSSICO E NO PERÍODO PÓS-GUERRA), ABANDONARAM DELIBERADAMENTE O RECINTO DAS GEOCIÊNCIAS, CONVERTENDO-SE EM MEROS PREGADORES DE UM DISCURSO POLITICAMENTE CORRETO. A GEOGRAFIA BRASILEIRA É MENCIONADA COMO UM CASO EMBLEMÁTICO.
[extrato: "... por força de um contexto de regime político autoritário, o discurso oportunista vinculado à ideologia marxista terminou bem-sucedido na cativação daqueles que entenderam ser um dever da ciência geográfica denunciar iniqüidades supostamente intensificadas pelo regime. Resultou disso a marginalização e repressão do raciocínio alinhado com um modelo de ciência neopositivista. Conseqüentemente, desviada do caminho que naturalmente seguiria (o da linguagem mais sistemática), a Geografia brasileira quedou-se prisioneira de discursos em tom de prédica, os quais, por razões semânticas, não se prestam a testes ou à falsificação." (p. 262 - Anais)
"Nos referimos aqui ao fato de que, refutando a presunção de neutralidade dos positivistas, os críticos voluntariamente inauguraram um estilo de texto mais adjetivado. Apareceu, portanto, um gênero de assertivas construídas à base de juízos de valor – o que, num certo sentido, estabeleceu que o geógrafo podia fazer julgamentos morais. 'Subordinação do espaço aos interesses do capital'; 'apropriação perversa do território'; 'instrumento de dominação burguesa'; etc. Todas expressões comuns a um mesmo dialeto: o da delação. Decerto, os críticos pensavam estar, finalmente, dando relevância social ao seu trabalho; mas, restringindo‑se a um insistente discurso combativo, não acharam vez de também propor. Assim, sem oferecerem alternativas ao 'mal' capitalista, as vozes discordantes restaram estritamente denunciadoras, e pouco ou quase nada propositivas." (p. 409 - Livro)]
LINK: http://www.uc.pt/congressos/GeoCPLP2012/Programa/indices3livros/Livro2-AprenderTerra-GeoCPLP2012

segunda-feira, 21 de maio de 2012

[PB51] A Geografia teorética no Brasil: estruturação lógica da linguagem ou conspiração histórica para o discurso?

I Congresso Luso-Brasileiro de História das Ciências
[26-29 Out. 2011, Universidade de Coimbra, Anais, p.1906-1918]
QUADRO DESCRITIVO DAS TRÊS MAIS EXPRESSIVAS TENDÊNCIAS DE PENSAMENTO GEOGRÁFICO, COMPOSTO DE UMA SÍNTESE COMPARATIVA QUE DESTACA CINCO ATRIBUTOS ESSENCIAS DE CADA UMA DELAS. DÁ-SE RELEVO À TESE DE QUE OS CONDICIONANTES SOCIOLÓGICOS, APESAR DE IRREMOVÍVEIS, NÃO IMPLICAM(ARAM) FATAL SUJEIÇÃO DOS CONCEITOS E TÉCNICAS A UM VIRTUAL PRETEXTO DE ORDEM POLÍTICO-IDEOLÓGICA.
["Por outro lado (indício possível de verificar no exemplar caso brasileiro), esse ajuste às circunstâncias não quererá significar sempre um acoplamento aferrado dos discursos e práticas aos interesses de poucos grupos privilegiados - assertiva na qual insistiram/insistem boa parte dos censores alinhados com o neomarxismo. Em vez de cooptação, entendemos que o uso de novas linguagens e a propaganda dos procedimentos a elas concernentes devam, na verdade, refletir a consonância (inopinada!) do instrumental técnico concebido junto aos recintos de pesquisa, com as pretensões concretas, absolutamente previsíveis em quaisquer esferas executivas." (p. 1916)]
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